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Para além magia das luzes de Natal: reflexões sobre o isolamento e a solidão nas pessoas mais velhas

À medida que nos aproximamos do Natal e nos preparamos para celebrar rodeados dos que mais amamos, é importante lembrar que, para alguns, esta época festiva pode acentuar a ausência de laços familiares e sociais. Falo hoje em particular das pessoas mais velhas. Para alguns idosos que enfrentam situações de isolamento não desejado, esta época pode intensificar o sentimento de solidão, afetando o seu estado emocional.

Mas a solidão e o isolamento na última fase do ciclo de vida não são sazonais, são uma realidade persistente que merece a nossa atenção e ação contínuas. A idade adulta avançada, muitas vezes, traz consigo desafios significativos, entre os quais o isolamento emocional e social desponta como uma sombra silenciosa. Por isso, o tema da solidão das pessoas mais velhas durante as festividades pode ser o mote para refletirmos como podemos contribuir para a construção de uma sociedade mais atenta aos mais velhos e às suas necessidades emocionais. Porque o mundo está a envelhecer, mas ainda mantemos um silêncio ensurdecedor sobre as dimensões psicológicas do envelhecimento e da velhice. É urgente desafiar este silêncio e reavaliar os nossos valores e atitudes em relação aos mais velhos. A sabedoria e a experiência acumuladas ao longo dos anos devem ser valorizadas e celebradas, não podem ser relegadas ao isolamento.

Neste espírito festivo e tendo o privilégio de conhecer por dentro diversas instituições de solidariedade social, expresso o meu profundo reconhecimento pelo papel que desempenham na diminuição da solidão entre a população idosa, não só nestas épocas festivas, mas ao longo de todo o ano. São Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas, Centros de Dia, Serviços de Apoio Domiciliário, entre outras respostas sociais, que na maioria dos casos com escassos recursos, mas com uma dedicação incansável, têm a capacidade única de transformar a solidão em afetos e a tristeza em sorrisos. Na quadra natalícia (e não só) são verdadeiras famílias para tantos utentes que, na sua ausência, poderiam passar esta época de forma totalmente solitária. Que o seu exemplo nos inspire a cultivar um espírito solidário e a construir uma sociedade onde ninguém se sinta só, especialmente durante o Natal.

Vera Fialho Martins, Psicóloga Clínica e da Saúde, Especialista em Psicogerontologia

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